quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Real diluído. (ou chega de real)

O corpúsculo dos ídolos



Qual rosto iremos esculpir no busto de nossos ídolos?

Talvez um deus morto pateticamente crucificado... ou qualquer sossego exasperado de artistas falidos.

Vultos de uma humanidade carente de humanismo?
Empresários, padres, deuses ou demônios?

Há algo errado nessa fotografia do pós-futuro
Há qualquer desencanto enobrecido
Há uma lágrima seca há tempos no canto de nossos olhos
Há várias notas erradas no canto de nossas verdades.


Mas... Qual rosto iremos esculpir mesmo?

Talvez o mais do mesmo...
Particularmente
Prefiro o mesmo e um pouco mais.

Já sei... talvez uma grande Vagina
Em forma de tempo.

No nosso caso
Ela seria seca
Frígida
Gelada como nosso ímpeto petulante de estar fora da história.

Há algo errado na minha fotografia da fotografia do Ultra-passado
Talvez sejamos nós o eterno que já durou
O samba sem refrão
A possibilidade de qualquer coisa
Que acaba sendo coisa alguma.

Já sei!

Vou esculpir a discórdia em tons niilistas de quem não tem um porto
E mantém a deriva como condição única de existência
A discórdia de cara gorda
Bem alimentada
Barba bem aparada
Expressão de uma serenidade conflituosa
E a certeza de que já vai tarde...

2 comentários:

Unknown disse...

o jogo de palavras
a oposição de sentidos e sentimentos...
os vazios preenchidos
os cheios esvaziados, deu um tom niilista/existencialista muito lindo...

somos assim realmente regidos por mil possibilidades inexistentes na realidade real , mas existe na, paralela.


LINDO demais meu poeta...


beijos
Ro

DonaCarolina disse...

um punhado de rage against the machine. justamente necessária pra fazer sangrar o marasmo blasé de qualquer sentença sobre essa condição pós(tuma)-moderna.